domingo, 20 de janeiro de 2008

Tá todo mundo louco!

Olá pessoal!
Quem vos fala é a Milena, redatora aqui de Florianópolis e mais nova colaboradora do Blog do Leitor. E justamente por ser leitora do Tudocom há tanto tempo (já faz uns 2 anos) que adorei o convite para participar.
Também tenho um blog pessoal onde exploro meu lado autobiográfico, mas estamos aqui pra falar de propaganda. Cases, notícias, referências, o que der na telha.
Decidi começar então com um case que acho bastante interessante. Apertem os cintos, vou falar sobre o Políbio!

Dono de uma revenda de carros especializada em preços populares, o Políbio é bastante reconhecido aqui por essas bandas de Florianópolis. Também pudera, o cara tá louco. E não sou eu quem está julgando não, é o próprio quem diz. E foi dizendo isso - “tô louco” – que da noite pro dia o Políbio vendeu carro que nem água, ficou famoso e botou muita loja no chinelo.
Culpa de quem? Da bendita propaganda!
Ou não.

Tá louco?

Polibão começou sua jornada há 16 anos, lavando carros. Desde a mocidade, já sentia a gasolina correndo nas veias. Seguiu os instintos e começou a revender. Negócio vai, negócio vem, um belo dia surge aquela proposta: uma frota de 80 carros a preço de banana pra ele vender do dia pra noite. Seria super vantajoso, não fosse o enorme desafio. (Eu por exemplo, não vendo nem rifa de formatura do dia pra noite, imagina vender 80 carros!)
Preocupados, os amigos avisaram: “Tu tá é louco”.
Preciso dizer qual foi a resposta?

Neste momento, Políbio deu a partida num negócio que era para ser igual a muitos por aí. E, não fosse o diferencial de focar exclusivamente nas classes populares, ele talvez até passaria despercebido. Mas foi na tarefa de avisar todo mundo sobre a sua, digamos, “loucura”, que o cara deixou de ter uma loja de automóveis pra ganhar uma marca.

“O cara que anda de ônibus, esse é o meu cliente”.

E como falar com o passageiro de ônibus, o sofrido camarada que apanha diariamente do fantástico sistema de integração, sonhando todas as noites com o seu próprio possante? Com humor! Esse pessoal precisa de alegria, minha gente!

No começo, o próprio Políbio (batuta que é) criava toda a sua comunicação. Depois, contratou uma consultoria, pegou carona numa agência e decolou. E só foi tão longe porque o combustível da descontração deu certo. Sabe, comunicação com a cara do cliente, sem frescura, com o que ele gosta. Tão simples, tão - me perdoem - tosco, que acreditem: às vezes funciona. (clientes do Brasil que não me leiam!)

A seguir, algumas peças, estreladas por Políbio e Polibinho, seu “mini-me” fantoche, sempre aproveitando as oportunidades. Vamos ver se vocês identificam :










“Todo mundo ri”

Caro Políbio, disso não tenha dúvidas. Eu mesma, quando vi tudo isso, quase caí pra trás. Mas, querido leitor, não importa o quanto você, eu ou qualquer um esteja rindo: o Políbio está rindo mais.

Isso porque estas peças (somando a notáveis comerciais de TV) renderam à marca “Políbio Automóveis” um grande sucesso por aqui.
Hoje tem anúncio em jornal, eventos, feiras, ônibus do Políbio, spot de rádio e até merchandising no programa do Hélio Costa. Tudo com a mesma mensagem. Pra resumir: o cara tá louco, mas tá vendendo.

E aí você publicitário, que assim como eu, já varou noites atrás da idéia perfeita, pára neste momento e se pergunta: mas como?
Talvez a resposta para esta pergunta também sirva para explicar por que o Zorra Total é um dos programas mais vistos, por que o funk faz sucesso, ou por que a Luciana Gimenez ainda tem um programa.

E não é porque o “popular” gosta de coisa ruim. É porque o popular, assim como eu e você, gosta de quem fale com ele sobre as coisas de que ele gosta. E ele fica tão agradecido que pode retribuir de muitas formas (inclusive comprando um carro!).

O Políbio, em seus anúncios, não foca no preço. Ele fixa a marca e faz o consumidor rir. Diz que tem um mega desconto e pronto, carro vendido. Além de dinheiro, ele ganha a simpatia do povo. Um curioso, porém grande negócio.
Louco é quem ainda não percebeu.


Dê o seu pitaco e vamos discutir a loucura alheia.



Um obrigada especial à Ana Emília Granzotti, que fez uma monografia inteira sobre o Políbio e me permitiu obter informações valiosas. Beijão Ana! Tu tá louca!

2 comentários:

son disse...

Olá, Milena!! Aqui quem vos fala é o Anderson, aquele da 9mm que está ficando louco com tanta peça do Políbio para fazer....tudo bem? Adorei o texto. Sucesso pra nós e pro nosso amigo Políbio.

Carlão Pacheco disse...

Ah, eu to maluco, louco, doido de pedra. Milena, achei genial esse Políbio. E seu texto também. É como diz a lenda: o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. E neguinho por aí, quebrando a cabeça. É como diria o Políbio: vá ouvir o povo, a música do povo, o filme do povo, a festa do povo, visite as lojas do povo, viva com o povo e aprenda com o povo. O resto, é caviar que a maioria só come pra fazer fita em festa de bacana. E esse povo que come caviar, não compra o carro do Políbio, compra? Grande abraço e mais uma vez, parabéns por tocar na ferida.

www.carlaopacheco.blogspot.com